terça-feira, 10 de março de 2009

Uma revolta

Eu não vim aqui pra repetir o que já foi feito. Não, não. Eu não nasci pra dizer o óbvio. Eu não quero que tudo seja igual. Não mesmo. Eu sou o diferente, eu amo o diferente. É minha vida. Eu não vim pra Terra para ser mais uma. Eu não quero ser medíocre, não, não, eu quero ser lembrada. Me achem tola e exibida, me chamem de errada, mas eu não cresci pra ser para sempre criancinha. Que isto soe o pior possível, mas eu defendo a diferença. Diferença de cores e vidas, eu não ligo, eu gosto disso. Dizer o que não foi falado, criar novas rimas. Saber fazer de tudo um pouco, ter argumento e até mesmo convencer. Eu não vim pra cá pra ser presa. Eu vim pra falar e me libertar. Pra ser esperta e usar muito bem a esperteza. Eu vim pra deixar marcado. Minhas ações e falas, meu jeito de vestir, tudo diz de mim o que sou. Não tenho tribo nem seguidores, então sou só. Existem pessoas do meu lado e contra mim. Ok, isso acontece. Minha força também se esgota, mas meu pensamento não. Ele não para, nem eu paro, nem o mundo para, e eu nem permitiria que isso acontecesse. Não, eu não vim pra deixar tudo normal e amenizar a situação. Não vim pra quebrar o barraco e resolver na porrada. Eu sou a entrelinha da opção. A tecla escape. De duas eu sou a terceira, a que não existe, mas eu mesma me inventei, e é isso que importa. Eu não sou quem pode dizer-se normal. Não, não, anormal também não me define. Minha mente voa, minhas ideias voam, eu voo se quiser. O mundo também é meu, e eu também posso mudá-lo. Ou destruí-lo. Mas quero a minha paz e a paz de todos. A diferença na medida certa e o impossível. Deixar registrado minha vida em qualquer página riscada. Não, não, não sou dessas que joga fora. Cada pensamento meu vai e fica. Eu não idolatro, se for para amar, eu amo, e será verdadeiro até quando terminar. Eu quero sempre o improvável. Para mim o mundo não é tão perdido assim. Pelo menos o meu mundo. Sim, sim, eu sou o diferente. Sim, sim, eu faço a diferença, e ninguém sabe. Ninguém me conhece, eu sou ninguém. Mas onde estou sentem minha falta. Eu não sou nada e sou tudo, e tudo pra mim pode ser nada, mas o diferente é sempre diferente. Não, eu não tenho o QI mais alto do mundo e não a sou inteligente. Eu sou o que ninguém é. Eu sou a controvérsia e a moral alternativa. Eu sou o ponto final que não foi escrito numa frase.

Para: Nathalie de Souza Netto.


Luciana Pontes

2 comentários:

  1. Me fizeste chorar. Não tenho nem palavras. Apenas, agradeço. Obrigada.
    Nathalie Netto.

    ResponderExcluir
  2. Uau, texto maravilhoso! Parabéns!

    ResponderExcluir