segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pairando

Deixei mais da metade de mim naquele palco. Deixei grande parte do meu eu (se não me fiz por completo e levei comigo o que sobrou de mim). 

Eu canto saudosismo pelas ruas, não sei mais viver sem saudade. E a nostalgia bate em meu rosto quando sinto a mesma brisa primaveril daqueles tempos.

Mas nunca mais poderei ser tão jovem quanto antes.
Nunca mais chegarei tão perto das estrelas. Será?

Eu só sei falar daquela grande mentira, daquela grande fantasia.
E no palco eu vivi o que eu mais queria viver. Eu voltei no tempo sem nunca conseguir acertar o relógio novamente. O que sobrará de mim?

Eu devaneio na janela quando me sobram minutos, mas o fim de tarde não é igual ao que era. Eu que mudei ou foi o mundo?

Por onde andará aquela alegria que eu deixei escapar pelas cortinas de veludo? Eu me pergunto e para sempre perguntarei.

Encostei no infinito dois anos atrás. Não pude mais voltar. 
Estou parada no espaço e isso é bom... Não cairei.
É melhor que eu fique girando assim, conforme o sentimento.

Eu vesti uma roupa na peça de teatro e ela nunca desgrudou de mim. Uma máscara sobre outra máscara.

E eu fico a pairar pelo resto de vida...


LUCIANA PONTES

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Conversas alheias

Meio-dia de uma ensolarada segunda-feira e o ônibus Orfanotrófio cruzava seu caminho de costume. Os bancos, quase todos ocupados, suportavam o peso de jovens eufóricos, os quais muito gesticulavam e muito falavam sobre suas vidas. Histórias e mais histórias eram contadas por sobre aqueles assentos de ônibus, enquanto as rodas se esfolavam no asfalto. Qualquer que fosse a parada que alguma das pessoas descesse, não importava, pois as vozes que lá se ouviam não diminuíam por um minuto. À esquerda de quem passasse pela roleta, a alguns passos antes da porta de saída, duas meninas conversavam, calmamente, em contraposição ao sentimento das palavras ao redor. Ambas sentavam lado a lado, ocupando os amarelados bancos reservados. Em voz que se podia de perto ouvir, falava uma menina de cabelos presos:
 
- É incrível, mas quando se fala em arte, até parece que está se cometendo pecado!
- Como assim? Isso acontece? - Perguntou outra menina, esta de óculos.
- É claro! Uma amiga minha, por exemplo, disse que fazia teatro para os pais e eles a proibiram de fazer na hora em que souberam. Eu não sei o que as pessoas pensam que se faz em cima do palco. Os pais dela deveriam levar em consideração que ela, ao fazer teatro, estava frequentando lugares bons e estava na companhia de amigos... E ainda, fazendo arte. É que ela vem de família italiana, sabe... tem que trabalhar com a família e só. O que acontece é que ela continuou participando das aulas de teatro, mentindo para os pais que fazia aulas de matemática. Eu mesma menti com ela. Dá uma dor na hora de olhar nos olhos dos seus pais e brindar aos bons estudos matemáticos... Mas é por algo que sabíamos ser melhor.
- Nossa... - Arqueou as sobrancelhas a garota de óculos.
- É que quando se faz esse tipo de coisa se tem uma sensação de liberdade. A gente descobre ser preso a uma rotina e a um mundo "cruel". Tipo, trabalhar em escritório... Simplesmente impossível ficar vendo o Sol pela janela.
- Sim, eu penso nisso também. Não tem como passar o resto da vida trancado num escritório...
- Tá, mas, tu já viu que quando a gente diz que não quer trabalhar em escritório todo mundo nos tira pra vagabundo né... Como se esse fosse o único trabalho que existe. Eu prefiro mil vezes trabalhar no que eu gosto durante 24 horas por dia do que passar 8 horas trancada numa sala apertada... É que o pessoal quer dinheiro né... Eu não quero... Odeio dinheiro... Quero fazer o que eu gosto... Bá, não dá pra trabalhar vendo o sol nascer quadrado... É praticamente isso né!
- Concordo contigo... Eu penso nisso também. É uma tortura olhar pra fora da janela e ver um dia lindo lá fora... - A menina de óculos parou um pouco de falar, olhando para o vidro do ônibus. Logo mais, disse - Bá, eu tava pensando em fazer o Enem de novo...
- Bá, já passou - Comentou a menina de cabelos presos.
- Não, eu sei disso. To dizendo pro ano que vem... Acho que eu vou tentar alguma coisa nova, sei lá.
- Sim, também vou fazer isso... - Concordavam os cabelos presos com fita.
- Tu vai fazer pra quê?
- É a minha média da UFRGS não pode ser recalculada pro curso que eu quero, daí vou ter que prestar vestibular e Enem de novo. Bá, mas eu sou bem louca de largar tudo e ir em busca do curso que eu quero.
- E qual é? -  Perguntou a de óculos.
- Teatro... O pior é que tem poucos cursos. Tipo, tem a UFRGS aqui em Porto Alegre e tem um em Montenegro.
- Bá...
- Ah, mas eu iria. Sinceramente... Não posso hesitar de novo. Me arrependo de não ter me inscrito direto em artes cênicas.
- Bá, aqui é a minha parada - Disse a menina de óculos quadrados.
- Até amanhã.
- Até... Mas não desiste disso tudo...
- Não vou desistir... Não outra vez... - E curvou-se para o lado a menina de cabelos presos, para que passasse sem a interferência de suas pernas a amiga.
 
E assim o ônibus continuou rodando seu caminho, e eu me perguntando se um dia ela ainda mudaria de ideia acerca de todos os seus planos. Logo, minha parada também chegou, e a menina de cabelos presos desceu comigo. O estranho é que sua pobre conversa sobre fazer teatro me acompanhou por um longo tempo até chegar aqui. Quem sabe suas palavras não me acompanharão por toda a minha vida?
 
LUCIANA PONTES
 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Éramos mais...

Nós éramos mais criativos. Contávamos, todos os dias, histórias diferentes. Possuíamos os dons de escrever, de falar, de gesticular e de ser como ninguém mais os possuía! A manhã nascia com o sol cintilante, e nossas mentes (abertas) voavam para bem longe. Subíamos no barco que navegava pelas nuvens e traçávamos qualquer caminho pelo céu. E não havia qualquer empecilho que nos impedisse de alcançar o cume da criatividade. Toda manhã, versávamos sobre sermos nós mesmos em meio a multidão - o próprio ato da descoberta de si talvez fosse nossa maior arma de criação. E toda tarde inventávamos quem quer que fosse para nos descrever, e vestíamos as vestes de quem sempre fomos! Uma eterna consciência sobre a vida, limitada à idade da juventude. E em nossa viagem de emoções e fantasia, talvez tenhamos nos perdido em meio a tanta imaginação.

Quem sabe um dia, quando voltarmos a tocar o céu e a plenitude, nossas cabeças possam encontrar um caminho parecido com o anterior. Por que perdemos tudo isso? Por que guardamos na gaveta nossos sonhos e nosso poder de criar? Envelhecemos e, veja só, somos muito menos do que éramos.
 
Hoje mal conseguimos lembrar de tudo. Nem chega a tocar-nos o sentimento que nos unia (aquele que fazia os olhos brilharem a medida em que crescia), simplesmente porque ele já não mais existe. Se, outrora, nossa própria companhia já satisfazia qualquer pendência nessa vida, agora nem mesmo a fé de todo mundo nos satisfaz. O que houve, meu Deus, o que houve? Éramos tão jovens quando juntos.
 
Havia os murmúrios nos corredores (a anunciar reiteradas cantigas à ociosidade) e o ar que tremia sobre nossa inquietação! Havia aquela loucura matutina, a qual somente antes do meio-dia se podia sentir, e toda a magia que se fazia a partir da criação de nossa vida. Ah, havia toda aquela idade em que a maior preocupação era com o tamanho dos cabelos, e toda a aventura de se ter essência de vida a sair pelos poros! Tudo como se jamais fôssemos dizer adeus...
 
E hoje nos recostamos às paredes frias... Hoje esperamos que a inspiração caia do céu como antigamente, quando, no entanto, só não mais a podemos ver porque perdemos nossa finalidade. Éramos tão jovens... Éramos tão criativos...
 
 
LUCIANA PONTES,
 
Inspirado na canção "As if we never said goodbye".
 
 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

De volta

Olá, olá, muito boa tarde a todos!

O Abra Sua Mente vos cumprimenta, novamente, e promete postar mais textos!

Foram ótimos anos escritos aqui, e isto não deveria acabar jamais.

O tempo disponível não está muito bom para a publicação de textos, mas sempre haverá de se achar uma brecha entre os minutos do dia para se fazer o que se gosta.

As novidades são que a nossa escritora Nathalie Netto não possui mais vínculo com o blog, ela, há um tempo, escreve em outro denominado "Pass it on", o qual está entre os link do ABS.

Tentarei achar outra companhia, para que o ritmo do blog não se perca novamente.

Por enquanto é isso, pessoal... Até mais!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A trilha do meu verão

E agora o pinhal não tem mais a gente lá...
Tive a oportunidade de rir, de chorar, de errar, de fazer alguém sentir-se melhor, de agradar alguém, de me mostrar prestativa, de gostar das pessoas, de realizar meu sonho de passar no vestibular, de me sentir extremamente feliz, de emagrecer, de dar uma engordadinha, de sentir saudades, de rever velhos amigos, fazer novos amigos, e ainda sim cultivar outros. Tive a oportunidade de sentir que eu realmente tive o melhor verão da minha vida até agora.
Depois de muitos dias indo dormir só depois das 5 horas da manhã, estou pesando em ir dormir agora, sem ter saído, sem ter dado uma banda no centro, sem ter isso do half, na bera, ou no hamburgão. Passei um tempão pensando em todo mundo, em coisas que uns sempre falam, nas arriadas, na confusão na hora de comprar bira, na parceria de todo mundo quando dá algum bolo, na noite no jp, na noite ali na minha casa, no centro,no carnaval, na bera, enfim...Foi um verão completamente diferente dos outros: Alguns eu conheci, outros eu conheci melhor, meu ciclo de amizades aumentou tanto quanto o nosso grupinho, que hoje é o bonde do madrugadão sem freio, conversei com pessoas que eu achei que nunca ia conversar, abracei, de verdade, outras que eu, antes, não considerava tanto assim...Sabe aquele sentimento que a gente sente quando sai do colégio e vai ficar longe de alguns amigos? É o mesmo. Quero muito ter a certeza de que verão que vem todos vão estar lá de novo, no pinhal, pra podermos fazer do verão de 2013 muito melhor do que o de 2012 e muito pior do que o de 2014! São pessoas diferentes, com objetivos diferentes, com personalidades diferentes, com idades diferentes, mas todos, ao mesmo tempo, importantes e ímpares, cada um na sua singularidade. Gente, desculpa aí qualquer coisa que eu fiz ou que eu falei, se fui antipática, ou qualquer  coisa que tenha acontecido e eu nem me liguei.
É muito difícil encontrar gente boa por aí, e tivemos muita sorte de termos juntado um grupo assim como o nosso. São mais de 30 pessoas que se entendem e que esperam se encontrar de novo no próximo verão. Não vamos deixar de marcar idas aos finais de semana pra pinhal e de arrastarmos eles pra porto alegre também!
Quero poder postar outro texto aqui em 2020 e escrever no final: ...E eu volto pra lembrar que a gente cresceu na beira do mar.

2012 é o meu ano. Beijos da Nathalie Lamour.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Identidades

Acordou, levantou-se da cama, calçou seus chinelos e dirigiu-se ao banheiro.

Agora em frente ao espelho, a imagem mostrava uma pessoa cansada da vida. Os olhos eram rodeados por olheiras profundas, a cor da pele se esvaía a cada dia, os cabelos branqueavam como o céu que nubla antes da ventania e a boca ressecava-se em busca de sossego. "A rotina mata qualquer um".

Lavou o rosto.

As mãos já demonstravam a passagem dos anos. O trabalho de policial, que há tempos servia de ganha pão, maltratava muito mais que recompensava. Entrar em vilas, em favelas, enfrentar bandidos de todos os níveis, ouvir o som de tiros... Ver colegas mortos tão facilmente... Ver colegas vendendo-se para os assassinos, apenas em busca de mais dinheiro, é como também vê-los morrer... Ouvir de crianças o grito e assistir ao desespero. Não é fácil.

Apoiou-se na pia.

"O espelho não reflete a profundidade das coisas. Já vi olhos mais castigados que os meus".

Ligou o chuveiro.

"Sabe, as roupas pesam também. No inverno a gente se enche de roupa e não consegue nem andar direito". E a água jorra. O fechar de olhos quando o rosto se enxarca não esconde as figuras do dia a dia: O corrupto, o morto, o herói, o jovem, o morto, o funcionário fantasma, os colegas mais queridos, a cara do bandido...

Iniciou-se mais um dia de vida de Leonora, a mulher, a policial, a filha do Brasil.




LUCIANA PONTES.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Um pedaço de mim...

A vida passa e a gente acaba aprendendo, mesmo que na marra, com as nossas experiências...
Todo mundo erra, e eu errei. Insisti em erros, arrumei novos erros, erros péssimos, e erros mais lights. Tiverem erros que eu só desisti de errar quando eu tive a certeza de que eram erros. Perdi meu tempo? Talvez eu tenha perdido, mas tenho a certeza de que aprendi com eles, e ainda penso que foi somente através deles que eu pude perceber a minha burrice e ignorância momentânea por ter insistido em algo que não era o melhor pra mim, ou até mesmo cogitado afetar a minha pessoa, e todas aquelas que me acompanham diariamente, com alguma atitude tirana, burra, mal pensada, mal educada da minha parte.
Com esses meus 18 verões, passei a analisar melhor os momentos bons e ruins. ‘’Saboreei’’ a cada um deles para não ter de deixar nada pra trás. Aprendi a querer tirar o lado bom de tudo o que eu passo. Passei a desacreditar um pouco no amor, nas pessoas, e também na vida. Mas logo isso volta, é só eu observar a minha família e ver que para eles tudo deu certo: Os casais se amam, acreditam um no outro e querem o bem de seus filhos. Espero encontrar alguém que me permita sentir bem assim, mas vou esperar sentada, pra não me cansar.
Pros que ainda são jovens, de espírito também conta, vale a pena aprender a dar valor às coisas mais simples, aos momentos mais singelos, àquelas palavras pequenas, mas que têm um valor incapaz de ser estipulado. Legal é ser feliz por não ter motivo de ser infeliz. Nada compra a paz interior, a consciência tranquila e a sintonia com Deus ou qualquer outro ser maior que você acredite. Nosso interior é nosso verdadeiro eu. Está tudo dentro de nossas cabeças: Todos os pensamentos, limites, sentimentos, duvidas, e todo o resto que nos preenche.
Aprender a fazer de cada momento algo bom, não deixar a vida passar, ajudar os outros, ficar feliz pelos outros, se doar: Isso é fazer da sua vida uma vida, e não uma simples passagem.
Eu não sou uma anciã, mas desde já reconheço que os meus melhores amigos têm laços sanguíneos comigo, com umas três exceções, quem sabe. No meu caso, funciona assim: Minha família: meus amigos. E os amigos que não são da minha família, eu os inclui na minha família. Por pior que você seja ou por pior que tenha feito, esses nunca vão te virar as costas ou te negar um colo, um amparo, um ombro. Não digo que não haverá sermões, xingões, e quem sabe até uma briguinha sem armas brancas, mas se no meio de uma decepção você precisar de ajuda, eles estarão sempre esperando por uma ligação, uma mensagem, um grito, ou até mesmo uma transmissão de pensamento.
Querer, do fundo do coração, o bem dos outros é fundamental. Não negar ajuda ao seu inimigo é derrotá-lo mais de cem mil vezes. O amor não é único! Existem vários amores, com várias intenções, e por várias pessoas. Amor é sentimento que não é pra ser unilateral, caso fosse, não seria amor.
Não faz muitos dias, não mesmo, que finalmente posso dizer, com toda a certeza e com todas as palavras, que entendi que ninguém vai me respeitar se eu não me respeitar, que ninguém vai me amar se eu não me amar. O segredo é sentir-se bem consigo: Se dê o valor, se ache linda! E se isso não for possível, não aos teus olhos, invista em você, arrume-se, penteie-se, mude, dance, ensaie frases no espelho, ria das idiotices que você falou e fez, faça uma academia, ganhe peso, perca peso, cuide do seu bem interior sempre, leia, estude, conheça os lugares que te interessam, realize seus sonhos, e o dos outros também. Sinta-se bem.
O tempo passa, e só o que é bom permanece. Não me venham com essa história de que o que é realmente seu nunca vai embora, só fica um pouco escondidinho, mas logo aparece. Pra que isso? Porque não lutar para ter um amigo perto? Para manter um relacionamento? Que ideia mais idiota, de gente preguiçosa que não quer ter o trabalho de lutar por algo que realmente importa. Lutar pelos ideais é fundamental. Viver o presente mais ainda. Estar feliz por estar vivo, por poder viver uma vida que foi lhe dada.  
Não viva como se fosse o ultimo dia, se você acha que o amanhã pode existir. Não é justo colocar a culpa que cabe a ti no fato de que não sabemos se amanhã estaremos vivos ou não. Precisamos viver bem, aproveitar bem, mas com consciência, com juízo e sabedoria.
No fim, não se arrependa de seus erros, não há tempo pra isso. Aprenda, ao invés disso.

Não sei bem porque estou escrevendo isso... Eu sei sim, sempre que eu faço alguma coisa errada eu me confino e me martirizo até eu achar que já me judiei, castiguei e chorei o suficiente para me sentir recuperada moralmente.

N.Netto

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Minhas metas

Da série: Perdendo peso, ganhando saude e um corpinho de elogios. #4

Depois de muito pensar mas medidas de um corpo perfeito pra mim, eu decidi:

Altura: 1,64
Peso: 65
Cintura: 70
Coxa: 63
Quadril: 98

Minha meta agora é atingir essas medidas, custe o que custar! Segunda Feira da semana que vem eu revelo minhas medidas vergonhosas para o mundo. 

N.Netto.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Teatro

Quem um dia iria saber que tudo aquilo que aconteceu no palco seria inesquecível? Eu simplesmente não consigo mais viver como um dia já vivi depois de Teatro. Mudou minha vida de um jeito tão arrebatadoramente profundo que acho que jamais serei tão feliz novamente.

Pareço tão mais jovem quando falo assim! Na juventude a gente acha que nunca mais vai amar tanto, nunca mais vai sorrir na vida... Pareço ter meus tão distantes (ou distintos?) dezessete anos, sinto-me vestir o uniforme da escola de novo, faço crescer meu cabelo muito comprido, visto minhas velhas calças de brim (como eu assim as chamava)... Pareço tão jovem e tão livre!
Mas, quem irá acreditar que a felicidade pode ser encontrada nos palcos da vida? Quem irá acreditar nas palavras bobas de uma garota boba que nem sabe o que é viver... Quem poderá sentir, através desse texto, o que um dia eu senti ao abrirem-se as cortinas?

Mas foi tudo na escola. E o problema da escola é que ela acaba pra nunca mais voltar. E mesmo que o prédio continue ali, com alguns mesmos professores, com o mesmo cheiro de antes, o clima não é o mesmo. Os temperos que deixavam saborosos meus dias não são iguais... Há sempre gente nova... É que meu lugar não é mais ali.

Nas paredes do teatro da escola ainda estão colados nossos abraços, nossos sorrisos, nossos fins! Ainda que gravados litograficamente na pedra de concreto, ainda que como fotos perdidas de momentos perdidos, eles estão ali. No meio das cortinas, do tempo, do espaço! Estranho, esses momentos foram tão infinitos e se terminaram... Digo, de certo modo terminaram. Por que a esperança continua acessa. Dentro do meu peito a infinitude desse espaço teatral é como brasa: Ainda queima, mesmo que não possua chamas. E pouco é necessário para que a dor de nunca mais voltar naquele momento apareça. É preciso uma música, uma chuva no fim da tarde, um olhar pela janela profunda e limitada, sentir um brisa bater do rosto... E tudo volta, em pensamento.

Ah, depois do Teatro nunca mais fui a mesma...


Por LUCIANA PONTES



sábado, 21 de janeiro de 2012

Agora sim: Feliz ano novo. Eu disse NOVO!

Finalmente, começaram minhas verdadeiras férias! Acabou vestibular, acabou listão, acabou pânico! PASSEI NA UFRGS! UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU


Tá, eu venho pensando no que eu quero fazer nesse meu 2012, além de ser a melhor aluna do curso de Educação Física-Manhã.


Para ganhar um ano novo, que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu que sei não é fácil, mas tente, experimente, CONSCIENTE. 
Carlos Drummond de Andrade.






#1: Emagrecer
Aí está você de novo! Mas esse ano não tem perdão, não tem desculpas, não tem Adamastor nenhum (reflexos de uma vestibulanda preocupada com o listão) que me faça abandonar essa prioridade. A meta é chegar aos 65 kg e manter eles durante 4 meses.

#2: Curso de fotografia
Depois de ter tirado milhões de fotos com uma máquina boa, descobri que eu ia gostar muito de saber fotografar com certa perfeição, tanto pessoas como objetos, paisagens, coisas assim. Me empolguei em ter usado a máquina do meu primo, fotógrafo Lucas Pires de Souza, e resolvi que um curso de fotografia seria uma boa ideia.  http://www.lucaspires.com.br/index.html

#3: BIXO UFRGS
2011 foi mega complicado em relação a isso...  Depois de ter feito umas 5 inscrições pra UFRGS, decidi optar pela Educação Física – Manhã. Foi uma surpresa pra muita gente, mas sinto informar que é exatamente o que eu quero! Quero me formar em Educação física e depois passar em Medicina. Tenho meus projetos. QUERO MUITO PASSAR. (OK) FUCKKKKKYEAH

#4: Plantar 12 árvores
Escolhi essa meta para poder fazer algo por todos nesse ano. Pretendo plantar uma árvore por mês, se possível, mas independente de ser uma ou não por mês, vou totalizar com 12 no final do ano.

#5: Aprender a fazer sushi
Sushi é uma das comidas que eu mais gosto de comer, então tá aí mais um objetivo para agradar a mim e aos outros, que poderão comer comigo e prestigiar desse meu talento culinário.
Obs: O item certo seria Curso de culinária, mas não sei se sou capaz de fazê-lo esse ano, então só vou prometer o que eu posso cumprir né.   

#6: Começar um curso de francês
Como muitos sabem, e muitos outros não, eu nasci na Bélgica e não sei falar nada em francês. Acho justo que eu inicie esse curso de uma vez para poder viajar pra lá futuramente sem ter que utilizar do meu inglês para me comunicar.

#7: Competir em alguma categoria Powerlifting
Esse ano, ainda mais se eu passar em Educação Física na UFRGS, eu gostaria muito de participar desses campeonatos de supino, agachamento e terra. Tenho treinado esses três exercícios na academia e acho que eu tenho potencial. Não vou ganhar dinheiro nem nada com isso, mas eu sou apaixonada, eu disse APAIXONADA, por academia, levantar peso, suar, dor muscular, enfim, eu ia amar.

#8: Carteira de motorista
Com 18 anos, nada mais justo do que fazer logo a certeira de motora e sair dando bandas por aí!
Obs: Mãe, é esse carro que eu quero! hahahhaha

#9: Final de semana com amigos na praia
Finalmente, você, final de semana com amigos, chegou a alguma das minhas listas de prioridades. Tava na hora. Quero muito ligar para alguns amigos e dizer: Estou passando aí em meia hora para irmos pra Pinhal,Tramandaí, Capão, Xangrilá, domingo a gente volta.
Obs: Com essa imagem, pra quem sabe, não precisava colocar legenda nenhuma!!!

#10: Realizar o sonho de alguém.
Melhor do que sentir-se feliz é ver alguém feliz por ‘’culpa’’ sua. Então resolvi colocar essa meta aí. Aliás, se alguém tiver algum sonho que eu possa realizar, por favor, me diga.
                                                                                                                                                                
#11: Fazer um curso de maquiagem
Sempre gostei de inventar maquiagens novas... Tenho uma paleta de 120 cores eu acho e outra com 64 e nunca sei direito como combinar. Às vezes eu consigo bem direitinho, outras não. Quero muito aprender direitinho como maquiar, desde a base até o esfumaçado do canto do olho.

#12: Fazer pelo menos 6 dessas metas!


N.Netto BIXO UFRGS