terça-feira, 19 de agosto de 2008

Loucura

Era uma vez um amor infinito.
Num belo dia sem graça, houve brigas e uma porta batida.
Foi-se o infinito.

Era uma vez uma linda velhinha.
Que pôs silicone nos lábios, seios, bochechas, fez plástica, empinou a bunda.
Foi-se a natureza.

Era uma vez um animal selvagem.
Que deixou uma pessoa lhe fazer carinho.
Foi-se a pessoa.

Era uma vez uma pessoa selvagem.
Que deixou um animal lhe fazer carinho.
Foi-se o animal.

Era uma vez uma floresta.
Era uma vez um fósforo.
Era uma vez a combustão.
Foi-se a camada de ozônio.

Era uma vez uma linda história de amor.
O casal morria no final.
Foi-se o final.

Era uma vez um dia sem criatividade.
E um blog sem cor
Era uma vez uma menina
Que morria de amor
Era uma vez um conto
Sem muito ardor.
Era uma vez aquela menina
Que fugia da dor.
Era uma vez um dia
Onde não havia terror
Era uma vez essa postagem
Que não tem sabor.
Era uma vez tudo que existe.
Era uma vez o nada.
Era uma vez uma pessoa louca.
Era uma vez tudo novamente.
Era uma vez, então apenas era uma vez,
Uma louca que às vezes era uma,
que às vezes era outra
mas que sempre era.
Uma, vez que era, louca, menina.
Tudo, uma que era vez, nada.
Loucura, que a saninade nada tinha vez.
Era ela, ora louca descabelada.
Vez que era uma vez, que não era mais nada.


Luciana Pontes

2 comentários:

  1. Luciana Pontes,
    mesmo sendo uma das proprietárias deste blog, não pude deixar de comentar nesse teu texto... Sinceramente, acho que foi o teu melhor texto, poema, como quiseres chamar.
    ;D

    Beijo, nathi ;*

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  2. esse estilo é bem legal. o texto ficou ótimo. muito engraçado mesmo. Tô esperando o próximo!!!

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