sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Desastre da Margarina

História Verídica

- Fecharam as portas do carro?
Foi a primeira frase do meu pai após chegarmos à praia.
Coloquei o guarda-sol na mão direita, duas cadeiras na mão esquerda, óculos escuros e chinelos... O mar estava distante. Enquanto cada um carregava toneladas de equipamentos inúteis, meu pai gritava à caminho da areia:
- DOZE REAIS A LATA!!!
- Paaaaaaaaaaaaaai!!! - Gritei, horrorizada, ao ver que ele agora segurava a geladeira portátil de 25 litros nos ombros. - Pai, pelo amor de Deus, olha o mico!
Eu nunca fui uma adolescentezinha chata com meus pais, mas desta vez eles estavam passando dos limites:
- É A BEM, É A BEM GELADA POR DOZE REAAAAAAIS!
- Paaai! - Desta vez eu ri - Por favor, já não basta nós parecermos um bando de farofeiros na praia? Olha o que tem de coisa aqui!
Olhei para todos a minha volta.
Uma esteira, três bolsas, chapéus, bonés, cangas, três toalhas e mais uma cadeira grande além daquelas que eu segurava. Não havia como dar certo.
Por que a gente não para por aqui? - Minha mãe disse, apontando, com a cadeira que estava na mão dela, para mais perto do mar.
- É, aqui tá bom mesmo - Concordamos.
- Ahh, finalmente a praia, o mar, sol. - Louvei - Mãe, tu trouxe protetor sola... AAAAHH PAI O QUE TU FEZ?
- LÁ VAI A MARGARINA!!!! - Gritou meu pai, levando as mãos, agora livres, a cabeça.
O pior havia acontecido: A corda da enorme geladeira havia arrebentado, sua tampa abriu e fez rolar pela areia muito gelo, latas de cerveja, um Frukito quente e... um pote grande de Doriana.
- E o queijo vai atrás!
Todos os restos do acampamento jogados à beira-mar. Eu estava no meio de uma enorme tragédia. O potinho de frios deslizava pelo gelo ao lado da margarina.
As famílias normais, veraneando ao lado, riam da nossa desgraçada.
Neste momento a cena começou a passar em câmera lenta. Fiquei dividida entre ajudar o meu pai a juntar tudo ou voltar para o carro e ir embora. Não tive tempo de decidir. Avistei minha mãe à dez metros dali, caminhando rapidamente, com as toalhas tapando o rosto. Minha irmã a seguia:
- Mana, vem!
- Luciana, eu não conheço esse homem! - Mamãe negava seu próprio marido. Mesmo assim, eu fui.

Enquanto isso, na cena do crime, um rapaz do guarda-sol ao lado, risonho, comenta:
- Pô, e teu pessoal ainda te abandona!
- Ééé, nessas horas não tem 'papaizinho querido'! - Fala meu pai, enquanto vai ao nosso encontro.


Luciana Pontes

6 comentários:

  1. kkkkkk, não deve ter sido nada fácil. Mas é assim mesmo. Pais sempre fazendo os filhos passarem vergonha, infelizmente.
    - DOZE REAIS A LATA!!!
    - É A BEM, É A BEM GELADA POR DOZE REAAAAAAIS! ri muito. Constrangedor pra você ._.
    Beijs

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  2. Olá

    Seu espaço é muito agradável, as postagens são inteligentes e as imagens são belas. Espero sua visita e se por acaso quiseres me seguir, ficarei muito feliz e te seguirei também.

    Http://amigadamoda.blogspot.com

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  3. ri muito... ;p
    adoro suas postagens


    xoxo

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  4. auhsuahs ri demais, os pais sempre fazem isso, adorei seu blog, se quiser me seguir.http://carpediem-niih.blogspot.com/

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  5. Cara, todos pais são iguais? aushauhsuas

    já aconteceu uma coisa meio parecida com os meus, acho que quase todos passam por isso não?
    AHHH, mais sabe qual é o legal disso tudu? é vc pegar postar aqui e no futuro você lê isso e se acaba de rir, com saudade desse tempo em que qualquer coisa fora do previsto pode ser um mico!

    abraços

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