quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Patinação Artística


Acabo de perceber que minha vida gira em torno da patinação. Tudo depende de como é o treino, o que eu fiz e não fiz, o que a certei e o que errei. Se tiver prova no dia seguinte, provavelmente só irei bem se o treino for bom. Meu dia se conclui conforme eu volto pra casa. Minha semana e meu mês são bons ou ruins como meu andamento na patinação. Enfim, minha felicidade depende do meu treinamento. Eu juro, nada me abate. Brigas, namoros, provas, e mais uma imensidão de coisas que acontecem numa vida "normal" não me abalam. Agora, o que eu errar no treino, sabendo que eu sei fazer, pode me destruir em segundos. Há uns anos atrás essa 'destruição' era bem mais cruel. Eu passava meses infeliz, chorava algumas vezes no treino, passava dias despercebidos... Hoje em dia já posso controlar esta explosão. Ao invés de me suicidar por causa de um salto, eu penso no que posso fazer para melhorá-lo. NO ENTANTO, comecei a criar a teoria que pensar também não é tudo. Este ano mesmo, ontem até, eu quebrava a cabeça desvendando o mistério dos saltos que passava a não acertar de um hora para outra... Era psicológico? Não. Eu juro também. Faz uns meses que resolvi mudar este negócio de me atrapalhar toda duas semanas antes dos brasileiros. Podemos ver minha mudança partindo do fato que eu não tenho errado nada* durante o treino. Ainda não descobri o motivo de errar as coisas só quando passo o solo com música. Um dia, quando o assunto não girar exclusivamente na patinação, eu conto aqui o que se passa na minha mente durante algumas situações da minha vidinha (seu eu puder colocar em palavras).
Hoje o treino foi na Adesbam, onde treino com as meninas do nível 1 durante uma hora. Quem lê pensa que uma hora é pouco, mas eu tenho certeza absoluta de que, se muito bem aproveitada, uma hora rende mais do que quatro horas de treino desleixado. Eu sei porque já passei vários meses treinando por treinar... Sem prestar atenção nas coisas... Mas isso faz tempo. Aliás, eu mudei completamente meu modo de viver (ou seja, de patinar) depois desse brasileiro em São Paulo. Até abril deste ano eu não treinava, eu achava que estava treinando. Eu achava que poderia ir bem treinando três vezes por semana, mal e porcamente, e às vezes apenas duas vezes por semana. Bem, quem tem um dom sobrenatural e consegue treinar estando na "lua" merece muitos prêmios. Pois, atire a primeira pedra quem não passou sequer um dia treinando e não se importando com o treino? Se a gente desse tudo de si sempre, garanto que o mundial estaria em nossas mãos. A gente precisa cair pra aprender. Eu, pelo menos, ouvi e lembro de todos os conselhos que já me passaram. Adiantou na teoria, mas na prática... É muito difícil a gente nascer já sabendo viver. Entenderam? [pausa porque eu acabei de chutar sem querer o computador e ele desligou tudo. Reiniciei-o] Concluindo, hoje voltei a minha felicidade e a minha vontade de aproveitar a vida. Escreveria muita mais, se não fosse a maldita dor no joelho que estou sentindo, mas não é nada... Amanhã passa. Ainda tenho muito para falar e escrever sobre a patinação. Este esporte me fascina. Estou só falando da minha parte, dos treinos, do convívio com o pessoal do Wirbel, das horas que a gente quer acertar muito as coisas, do momento que a gente acerta... Enfim, da melhor parte da patinação... A parte que iremos levar além do pódio, que iremos lembrar e amar para sempre.


Luciana Pontes

2 comentários:

  1. Enquanto lia o texto fui pensando no meu treino tmb... eu não sou atleta que nem tu, e estou apenas começando, mas eu entendi perfeitamente o que tu disse, e até me dei conta de que às vezes (muitas até) faço o treino sem vontade, pensando que vai ser uma chatisse, que todas as gurias vão estar de mal humar (normalmente estão), e como elas treinam há 6 anos e eu há alguns meses nunca vou chegar ao nível delas.

    Adorei o texto, foi muito bom ver a tua opinião, e tmb ver que a minha cabeça não é a única que muda totalmente a forma de ver as coisas de um dia pro outro.
    Beijos Júlia.

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  2. Bem, beém, nem sempre tudo sai como a gente quer, ás vezes, tudo dá errado e ás vezes subimos no pódio do esporte que amamos, no pódio do amor que escolhemos, no pódio da vida que queremos levar.
    Nada é fácil.
    Mas podemos sim simplificar algumas coisas para vivermos melhor e sem o peso que a "fase" da idade nos implica que carreguemos.
    Viver, amar, ser feliz!
    Assim!
    Mami

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