domingo, 27 de setembro de 2009

Homem-luar

I

Jazia lá a Lua
Meio morta e meio nua
Sombria ao fim da noite.

Havia quem lá morava
Na Lua que amava,
E via a Terra no sonoite.

Era um pobre sozinho
Que fez da Lua o seu ninho,
E fugia da Terra, do açoite.

II

Vivia em paz, distante
Tinha sonho de amante,
Tinha pele estrelada.

Meio astro, meio humano
Uma mente de cigano,
Só, na sua Lua amada

Na Terra deiraxa um caminho,
Meio junto, meio sozinho,
Mas sem boa estrada...

III

Achou na Lua o seu sonho
Agora vivia risonho,
Mas de coração apertado.

Toda a solidão do infinito
Mostravam-no quão bonito
Era seu mundo encantado.

Agora, vivo e estonteante
Ele era um cometa errante,
Que espalhava o azulado.

O homem vivo na Lua
Voltava à vida crua,
E levava consigo um brilho estrelado.


Luciana Pontes

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